Formigas

Existem 2.000 espécies de formigas no Brasil, no entanto cerca de 30 são consideradas pragas. Aquelas formiguinhas que observamos na cozinha e nos quintais são aproximadamente 20% a 30% das formigas do formigueiro; o restante não sai do ninho e por isso nunca é visto por nós. Causam muitos problemas quando infestam casas ou apartamentos, atacando alimentos, provocando danos às estruturas, espalhando microorganismos transmissores de doenças, infestando e contaminando residências, hospitais, clínicas e laboratórios, hotéis, restaurantes etc.

Quando pensamos em formigas, lembramos de organização e trabalho em equipe. O formigueiro é composto por uma ou mais rainhas, operárias e reprodutores. A única forma de acabar com um formigueiro é eliminando a rainha. Sua alimentação é variada, podendo ser baseada em carboidratos, açúcares e proteínas; que podem ser encontrados em diversos ambientes.

Se reproduzem e se espalham com alta eficiência, deixando um número grande de descendentes, o que muitas vezes justifica grandes infestações, contribuindo de forma intensa para processos de disseminação de patógenos e contaminação de ambientes, utensílios e alimentos.

No Brasil, as principais espécies de formigas urbanas são:
» Camponotus spp (formiga carpinteira)
» Tapinoma melanocephalum (formiga fantasma)
» Solenopsis sp (formiga lavapés)
» Atta sp. (formiga saúva)
» Paratrechina longicornis (formiga louca)
» Monomorium pharaonis (formiga do faraó)
» Crematogaster spp (formiga acrobática)
» Pheidole spp (formiga cabeçuda)

Eliminar uma rainha não é uma tarefa fácil e quando matamos formigas sem um planejamento adequado, a rainha passa a colocar mais ovos aumentando o tamanho da colônia, criando novas formigas e causando ainda mais problemas.


Carrapatos

Carrapatos são animais que se alimentam de sangue (hematófagos) pertencente ao grupo dos Aracnídeos e a ordem Acari, são de pequeno tamanho medindo de poucos milímetros a 2cm, dependendo da espécie e da fase de desenvolvimento que se encontram. Podem ser encontrados em diversas áreas com vegetação presente ou se abrigando em estruturas edificadas.

O sangue sugado dos hospedeiros, pelos carrapatos, tem a função de nutrir os indivíduos e nas fêmeas já fecundadas também contribui para a maturação dos ovos. Cada fêmea pode dar origem a mais de 4000 ovos, que serão depositados no solo e darão origem a uma nova geração, desta forma dando continuidade a um processo de infestação do ambiente.

Os carrapatos através de suas picadas são responsáveis pela transmissão de diversos agentes patogênicos que poderão provocar doenças tanto em animais quanto no ser humano.

No homem doenças como Doença de Lyme e Febre Maculosa podem resultar em sérias consequências, debilitando o doente e em situações em que o diagnóstico é tardio podem inclusive levar a morte.

Além das doenças associadas a transmissão de microrganismos pelos carrapatos, as suas picadas podem provocar processos alérgicos devido a substâncias presentes em sua saliva e também causar anemia em seus hospedeiros devido ao grande consumo de sangue feito de maneira intensa e por longos períodos.

A saber as espécies que tem uma interação com o ser humano em áreas urbanas e rurais:
Rhipicephalus sanguíneos – carrapato do cão
Amblyomma cajennense s.s. / Amblyomma sculptum – carrapato estrela
Amblyomma aureolatum


Pulgas

As pulgas convivem com o ser humano há muito tempo. Um momento especial em que esses insetos estiveram presentes na história da humanidade foi durante a idade média, quando houve surto da peste negra, doença responsável por uma das mais trágicas epidemias que assolaram o mundo ocidental. Conforme alguns pesquisadores, a doença é originária das estepes da Mongólia, onde pulgas hospedeiras da bactéria Yersinia pestis infectaram diversos redores que entraram em contato com zonas de habitação humana. Na Ásia, os animais de transporte e as peças de roupa dos comerciantes serviam de abrigo para as pulgas infectadas. O intercâmbio comercial entre o Ocidente e o Oriente, reavivado a partir do século XII, explica a chegada da doença na Europa.

As pulgas são animais pertencentes ao Filo Arthropoda (animais com patas articuladas e exoesqueleto de quitina), Classe Insecta (possuem 3 pares de patas, 1 par de antenas e corpo dividido em cabeça, tórax e abdome), Ordem Siphonaptera (siphon = tubo; áptera = sem asas), com mais de 2.400 espécies conhecidas. No Brasil, já foram identificadas cerca de 56 espécies. Para diferenciar umas espécies das outras, os cientistas se baseiam, principalmente, nas numerosas cerdas presentes na cabeça, atrás das antenas, e nas localizadas próximas à boca.

As pulgas adultas são hematófagas obrigatórias, ou seja, alimentam-se exclusivamente do sangue retirado de seus hospedeiros, os quais são aves e mamíferos, incluindo os humanos. Devido a essa relação de prejuízo para o hospedeiro (que tem seu sangue sugado) e de vantagem para a pulga (que se alimenta do sangue do hospedeiro, prejudicando-o), este inseto é considerado um parasita, que, por viver na parte externa do corpo do hospedeiro, é chamado de parasita externo ou ectoparasito. Durante a fase larvária possuem hábitos de vida livre.

Algumas espécies apresentam um hospedeiro específico; outras, embora apresentem hospedeiros preferenciais, podem sugar outros animais, daí sua importância na transmissão de doenças.

As espécies mais importantes de pulgas são:
Pulex irritans É a que mais a ataca o homem, porém pode se alimentar também do sangue de outros hospedeiros;
Xenopsylla cheopisÉ a pulga dos ratos domésticos, principal transmissora da peste bubônica (também conhecida como “peste negra”);
Ctenocephalides canis e Ctenocephalides felis – Parasitas preferenciais de cães e gatos.

Tunga penetransConhecida popularmente como “bicho-de-pé”. Porco, homem, cão e gato são seus principais hospedeiros. Em geral, penetra o pé do homem, causando coceira e podendo transmitir outras doenças, como tétano e micoses.

As pulgas podem viver em dois ambientes: No hospedeiro (maioria das espécies), podendo ser encontradas em dois lugares:
– Nos pelos, alimentando-se intermitentemente;
– Na pele, onde penetram todo o corpo e alimentam-se permanentemente: 
– Fora do hospedeiro (ninho), procurando-o apenas para hematofagia;
– Em seu ciclo de vida, a pulga passa por quatro estágios de
desenvolvimento: ovo, larva, pupa e adulto.

O acasalamento geralmente ocorre no hospedeiro, e com apenas um acasalamento inicial a fêmea é capaz de pôr cerca de 500 ovos divididos em várias posturas de seis ovos ou mais. Estes ovos são normalmente depositados no próprio hospedeiro e por não serem pegajosos caem sobre o solo ou sobre outros locais aos quais o homem e/ou outros animais têm acesso.


Aranhas

Na região da Baixada Santista e Litoral Sul de São Paulo, as aranhas Armadeira e Aranha-marrom são facilmente encontradas.
A aranha-marrom é um animal invertebrado e venenoso. Pertence ao gênero Loxosceles, do qual oito espécies ocorrem no Brasil. A aranha-marrom ocorre em todo o Brasil, sendo mais frequente nas regiões sul e sudeste.
A aranha-marrom é indefesa, não costuma atacar o homem. Porém, é responsável por diversos acidentes com seres humanos, que são atacados quando surpreendidos pela aranha-marrom.

O veneno da aranha-marrom

A picada da aranha-marrom não dói e, por isso, muitas vezes passa despercebida.
A pessoa só percebe a picada por volta de 12 a 24 horas após o acidente, quando aparecem as primeiras alterações na área atingida pelo veneno.
No local da picada podem surgir bolhas, inchaço, coceira, aumento de temperatura e necrose. A necrose ocorre devido à ação do veneno, que destrói as células da área afetada.

Características da aranha-marrom

A aranha-marrom é pequena e raramente ultrapassa 3 cm. Como seu próprio nome diz, ela apresenta coloração marrom. Entre outras características estão: a presença de seis olhos e pernas longas e finas.
Ao contrário de outras aranhas peçonhentas, a aranha-marrom produz uma teia irregular semelhante a um chumaço de algodão.
Na natureza, a aranha-marrom é encontrada escondida entre folhas e cascas de árvores e debaixo de pedras. Elas têm preferência por locais escuros. Durante o dia, as aranha-marrons ficam escondidas, sendo ativas durante a noite.
Sua alimentação é composta por pequenos insetos. Ao mesmo tempo, servem de alimento para anfíbios, répteis e aves.

Os acidentes com aranha-marrom

A aranha-marrom pode ser encontrada em ambiente doméstico, onde ocorrem os acidentes com seres humanos.
Dentro das residências, elas preferem os locais escuros, como atrás de móveis, em materiais de construção, garagens, dentro de sapatos e envolvidas em roupas de cama.
Nesses locais, os acidentes ocorrem quando são comprimidas ou esmagadas contra o corpo do homem. Em resposta de reflexo e defesa, as aranhas picam. Os locais mais atingidos são os membros inferiores, membros superiores e tronco.
O tratamento da picada é feito com soro antiaracnídeo ou antiloxoscélico.

Como evitar acidentes com aranha-marrom?

  • Manter jardins e quintais limpos;
  • Evitar o acúmulo de entulhos, lixo doméstico, material de construção; nas proximidades das casas, inclusive terrenos baldios;
  • Sacudir e verificar as roupas e sapatos antes de usar;
  • Não pôr a mão em buracos na terra.

Aranha Armadeira

A aranha armadeira é uma das mais venenosas do mundo. Também é chamada de aranha de macaco e aranha de bananeira.
As aranhas armadeiras pertencem ao gênero Phoneutria. Na América do Sul ocorrem diversas espécies.
A aranha armadeira tem tamanho corporal de aproximadamente 4 cm. Porém, estendendo-se as pernas, o tamanho pode chegar até 15 cm.

É uma aranha agressiva. O nome “armadeira” deve-se à sua forma de ataque. Quando ameaçada, ergue as pernas dianteiras, abre seus ferrões e eriça os espinhos implantados no seu corpo. Além disso, são muito ágeis e costumam seguir suas presas.
A alimentação das armadeiras é composta de pequenos insetos e artrópodes.
Na natureza, as aranhas armadeiras são encontradas em locais escuros, como buracos ou entre folhagens. É comum observá-las no interior escuro das bainhas das folhas de coqueiros, palmeiras e em cachos de bananeiras.

Como ocorrem os acidentes com a aranha armadeira?

Os acidentes com humanos ocorrem em ambiente doméstico. As armadeiras costumam esconder-se em sapatos, atrás de cortinas e no meio da roupa. Nesses locais, acabam por atacar o homem, que é surpreendido pela presença da aranha.
Os trabalhadores rurais também ficam sujeitos ao ataque da aranha armadeira, especialmente, ao coletar cachos de bananas. Ao fazer a coleta de cachos de bananas e carregá-los nas costas podem sofrer a picada da aranha armadeira.

O veneno da aranha armadeira e seus sintomas

O veneno é bastante ativo em humanos. Em crianças e pessoas idosas pode levar à morte.Entre os sintomas do veneno estão: dor no local da picada, pulso rápido, febre, suor, problemas respiratórios, vertigens e vômitos.
É importante encaminhar a pessoa picada com urgência ao serviço médico. O tratamento envolve o uso de soro antiaracnídeo. Para combater a intensa dor também podem ser usados analgésicos e sedativos.

Curiosidades – Estudos demonstraram que as toxinas do veneno atuam diretamente em mecanismos do sistema nervoso responsáveis pela dor. Assim, podem ser usadas como um analgésico mais potente do que a morfina e outros medicamentos;
A aranha armadeira ocorre em toda a América do Sul, mas podem ser levadas para outros locais através do transporte acidental em cachos de bananas.


Barata Americana – Periplaneta americana

Descrição:
– Mede de 4 a 5 centímetros de comprimento;
– Tem coloração pardo-avermelhado;
– Nos machos adultos as asas ultrapassam de leve a extremidade do abdômen.
Ciclo de vida:
– Vai de 7 a 12 meses, dependendo da temperatura e da umidade;
– Eclosão dos ovos 37 a 109 dias;
– De 600 a 800 descendentes por ano.
Hábitos:
– Habitam na rede de colectores;
– Preferem alimentos em decomposição;
– São noturnas e onívoras.


Barata Alemã – Blattella Germanica

Descrição:
– Mede de 1 a 2 centímetros de comprimento;
– Cor castanha com duas riscas escuras no tórax;
– Nos machos adultos as asas ultrapassam de leve a extremidade do abdômen.
Ciclo de vida:
– Vai de 7 a 12 meses, dependendo da temperatura e da umidade;
– Eclosão dos ovos 37 a 109 dias;
– De 600 a 800 descendentes por ano.
Hábitos:
– Preferem locais quentes e secos;
– São noturnas;
– Onívoras.


Ratazana – Rattus Norvegicus

Descrição:
– Cerca de 400 g de peso e 40 cm de comprimento;
– Coloração castanho amarelada;
– Olhos e orelhas pequenas.
Ciclo de vida:
– 3 a 6 ninhadas por ano;
– 6 a 8 crias por ninhada;
– Média de vida 2 anos.
Hábitos:
– Habitam na rede esgotos e fazem tocas no solo;
– Têm como preferência alimentar cereais;
– Não é muito ágil.


Camundongo – Mus musculus

Descrição:
– Cerca de 30 g de peso e 10 cm de comprimento;
– Cauda do comprimento do corpo;
– Olhos e orelhas grandes.
Ciclo de vida:
– 7 a 8 ninhadas por ano;
– 6 a 16 crias por ninhada;
– Média de vida 1 ano.
Hábitos:
– Habitam dentro de habitações armazéns e podem fazer tocas no solo;
– Têm como preferência cereais e alimentos açucarados;
– Podem sobreviver sem ter que ingerir água.


Rato Preto – Rattus Rattus

Descrição:
– Cerca de 200 g de peso e 25 cm de comprimento;
– Cauda maior que o comprimento do corpo;
– Orelhas grandes e nariz pontiagudo.
Ciclo de vida:
– 3 a 6 ninhadas por ano;
– 5 a 10 crias por ninhada;
– Média de vida 1 ano.
Hábitos:
– Habitam regiões altas como telhados quase não escavam tocas;
– Têm como preferência frutas;
– Grande habilidade em trepar.


Cupim Subterrâneo

Os cupins subterrâneos constroem suas colônias preferencialmente no solo, em local subterrâneo, pois dependem da umidade para se desenvolver. A população das colônias do cupim subterrâneo é enorme, podendo até chegar a milhões de indivíduos.

Pesquisas feitas nos Estados Unidos da América registraram colônias maduras de cupins subterrâneos do gênero Coptotermes spp. realizando consumo médio diário de 300 gramas de material celulósico.

As condições ideais destes espaços são favoráveis ao seu desenvolvimento e infestação, como, escuridão, má ventilação, inviolabilidade e temperatura. Os locais em que são formados os ninhos são de difícil acesso, dificultando o combate.

  • Tamanho: 0,32 a 2,54 cm;
  • Cor: marrom claro;
  • Formato: longo, estreito, oval;
  • Asas: Sim, do mesmo tamanho e forma;
  • Pernas: 6;
  • Nome popular: Cupim subterrâneo;
  • Antena: 2 retas;
  • Filo: Arthropoda;
  • Reino: Animalia;
  • Ordem: Isoptera;
  • Classe: Insecta;
  • Espécie: Coptotermes gestroi;
  • Família: Termitidae.

DIETA: Madeira em geral em árvores, estruturas internas de residências e empresas e objetos que contenham celulose.

HABITAT: Criam suas colônias em cima das árvores, possuem tamanho grande e coloração negra. Podem ser encontrados também em estruturas de madeira, paredes e postes.

IMPACTO: Podem atacar estruturas de madeira de casas e as árvores que servem de apoio para a colônia.

PREVENÇÃO: Utilização de madeira tratada, retirada de entulhos com madeira, planejar a poda da árvore para não deixar ferimentos, além de retirar árvores mortas e em decomposição do local.


Cupim Madeira Seca

É a principal espécie de cupim no meio urbano e intradomiciliar. Prefere infestar objetos e estruturas de madeira que tenham a umidade baixa (inferior a 30%). Ataca principalmente móveis e componentes de edificações como rodapés, portas e portais, telhados, janelas e pode chegar a destruir até outros objetos como livros e papéis.

As colônias dos cupins de madeira seca, por seu tamanho reduzido, são capazes de viver até em pequenos objetos, o que facilita o transporte e a introdução desses insetos em regiões distantes do local de origem. Os cupins de madeira seca precisam evitar a perda de água já que vivem em baixa umidade, para isso produzem as bolotas fecais secas, que são expelidas periodicamente da peça infestada.

  • Tamanho: Até 1,25 cm;
  • Cor: Marrom claro;
  • Formato: Corpo cilíndrico e pernas curtas;
  • Asas: Sim, sendo as asas 0,6 cm maiores que seus corpos;
  • Pernas: 6;
  • Nome popular: Cupim de madeira seca;
  • Antena: 2 retas;
  • Filo: Arthropoda;
  • Reino: Animalia;
  • Ordem: Blattodea;
  • Classe: Insecta;
  • Espécie: Cryptotermes brevis;
  • Família: Kalotermitidae.

DIETA: Celulose proveniente de mobiliários e estruturas que tenham um nível baixo de umidade.

HABITAT: O tamanho das colônias é proporcional ao objeto afetado. Normalmente são pequenas, possuindo cerca de 100 a 300 indivíduos e em 15 anos podem chegar a ter até 3000.

IMPACTO: Destrói grandes monumentos históricos como peças de igrejas antigas e museus. O desenvolvimento acontece de forma lenta, de modo que os prejuízos só começam a ser observados após cerca de 3 anos.

PREVENÇÃO: Não estocar caixas de madeira ou papelão, inspecionar e vedar buracos e frestas, utilização de madeira tratada durante a construção.


Mosca doméstica

As moscas são insetos de distribuição mundial, não sendo encontradas apenas nas regiões polares. Moscas pertencem à Ordem Díptera, assim como os mosquitos. Os organismos que fazem parte desta Ordem são caracterizados pelo tamanho reduzido das asas traseiras (usadas como órgãos de equilíbrio) e pela proeminência das asas dianteiras. Além disso, sofrem metamorfose completa, passando pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto.

Algumas moscas são hematófagas, isto é, alimentam-se de sangue, como por exemplo, as mutucas, mosca-dos-estábulos, mosca-do-chifre, etc. Entretanto, algumas moscas, mesmo não sendo hematófagas, são muito importantes na sáude pública, como a mosca doméstica e a mosca varejeira. As primeiras atuam como transportadores mecânicos de agentes patogênicos (vírus, protozoários, bactérias, rickétsias e ovos de helmintos), as últimas causam as míiases, também conhecidas por bicheiras ou berne.

Muitas espécies de moscas agem como vetores de micro-organismos patogênicos para pessoas e animais. A mosca doméstica é a espécie mais comum em ambientes urbanos. Ela tem grande importância como vetor mecânico, veiculando os agentes patogênicos em seu corpo e transmitindo doenças como salmoneloses, enterites, disenterias amebianas, hepatites conjuntivites, lepra, verminoses, entre outras enfermidades.

Mosca doméstica – Musca domestica

É uma espécie não-hematófaga que apresenta tromba mole e coloração acinzentada com faixas claras e escuras no tórax e abdômen amarelado. O aparelho bucal desta mosca só permite a ingestão de alimentos líquidos ou semilíquidos, então elas regurgitam sua saliva fortemente enzimática para liquefazer alimentos sólidos. Moscas domésticas costumam ser mais ativas nas horas mais quentes do dia, podem voar por grandes distâncias e pousam preferencialmente sob superfícies estreitas e longas como, por exemplo, fios elétricos.

A cada postura, uma fêmea pode produzir de 120 a 150 ovos, que levam cerca de 8 à 24h para eclodir de acordo com as condições ambientais. O estágio larval dura cerca de três a quatro dias. Neste período, se alimentam de bactérias e leveduras. A duração do estágio pupal é de três a quatro dias, em locais que apresentam altas temperaturas e baixas umidades. No dia seguinte à cópula, as moscas adultas estão prontas para a desova. Elas localizam o local de postura através dos órgãos olfativos situados nas antenas, pois o odor liberado pela matéria orgânica em decomposição é atrativo para as moscas. Os ovos são depositados em locais onde há matéria orgânica em decomposição, como por exemplo: lixo orgânico, esterco fresco, dejetos animais esgoto, resíduos vegetais de jardins, gramados e praças, etc.


Escorpião

Atualmente são conhecidas cerca de 1.400 espécies de escorpiões distribuídas pelo mundo com exceção da Antártida. Estes aracnídeos não são exclusivos das regiões de clima tropical e subtropical podendo ser encontrados nos Alpes suiços, planícies canadenses, floresta amazônica, Europa, Ásia, Oceania e demais regiões. No Brasil as espécies mais importantes em Saúde Pública pertencem ao gênero Tityus, destacando-se as espécies Tityus serrulatus (escorpião amarelo) e Tityus bahiensis (escorpião preto). Encontramos também outras espécies com distribuição geográfica descrita no quadro abaixo:

O homem é o grande responsável pela dispersão de muitas espécies destes aracnídeos através do transporte de cargas em caminhões e ferrovias, distribuindo-os em diversas regiões do território nacional. Nas áreas urbanas podemos encontrar estes escorpiões em locais com infestação de baratas, em terrenos baldios, onde haja acúmulo de entulhos e materiais de construção em jardins sem a devida conservação. Ocasionalmente encontramos escorpiões em residências que não apresentam estas condições, podendo a infestação ser oriunda de terrenos baldios e casas abandonadas na vizinhança.

Na verdade a presença destes aracnídeos se deve, muitas vezes, as condições favoráveis fornecida pelo próprio homem tendo como conseqüência a ocorrência de acidentes com crianças e adultos. A picada do escorpião amarelo em crianças pode ocasionar um estado clínico grave levando até a morte, entretanto a picada do escorpião preto apesar de dolorosa dificilmente ocasiona a morte da vítima.


ESCORPIÃO AMARELO – (Tityus serrulatus)

O gênero Tytius, entre outras características, apresenta abaixo do ferrão um espinho pequeno, cuja função é meramente ornamental. Assim, identificado o gênero, seguimos à identificação das espécies. O escorpião amarelo, como o nome já diz, possui a coloração do corpo amarelada e apresenta, no quarto segmento da cauda, uma serrilha, facilmente visível, além de uma mancha castanho escura no último segmento anterior à glândula de veneno.

A reprodução dos escorpiões difere quanto ao tipo. No escorpião amarelo ela se dá por partenogênese, isto é, os óvulos se desenvolvem originando um novo indivíduo sem a necessidade de uma fecundação, bastando para isto que a fêmea encontre boas condições de calor e alimentação. Dessa forma, a população de escorpiões amarelos é constituída somente de fêmeas. Esta característica de reprodução faz com que essa espécie seja disseminada com maior facilidade.


Caramujo Africano

O caramujo-gigante-africano, Achatina fulica, é um molusco oriundo da África. Ele também é chamado de acatina, caracol-africano, caracol-gigante, caracol-gigante-africano, caramujo-gigante, caramujo-gigante-africano ou rainha-da-África.

Esse animal pode pesar 200 gramas, e medir cerca de 10 centímetros de comprimento e 20 de altura. Sua concha é escura, com manchas claras, alongada e cônica. Além disso, sua borda é cortante. Foi introduzido ilegalmente em nosso país na década de 80, no Paraná, com o intuito de substituir o escargot, uma vez que sua massa é maior que a destes animais. Levado para outras regiões do Brasil, tal espécie acabou não sendo bem-aceita entre os consumidores, e também proibida pelo IBAMA, fazendo com que muitos donos de criadouros, displicentemente, liberassem seus representantes na natureza, sem tomar as devidas providências.

Sem predadores naturais, tal fator, aliado à resistência e excelente capacidade de procriação desse animal, permitiram com que esse caramujo se adaptasse bem a diversos ambientes, sendo hoje encontrado em 23 estados. Só para se ter uma ideia, em um único ano, o mesmo indivíduo é capaz de dar origem a aproximadamente 300 crias.

Além de destruírem plantas nativas e cultivadas, alimentando-se vorazmente de qualquer tipo de vegetação, e competir com espécies nativas – inclusive alimentando-se de outros caramujos; tais animais são hospedeiros de duas espécies de vermes capazes de provocar doenças sérias. Felizmente, não foram registrados casos em que essa doença, em nosso país, tenha sido transmitida pelo caramujo-gigante. São elas:

– Angiostrongylus costaricensis: responsável pela angiostrongilose abdominal, doença que provoca perfuração intestinal, de sintomas semelhantes aos da apendicite;
– Angiostrongylus cantonensis: responsável pela angiostrongilíase meningoencefálica, de sintomas variáveis, mas muitas vezes fatal.

Tanto uma quanto outra ocorrem pela ingestão do parasita, seja pelo manuseio dos caramujos, ou ingestão destes animais sem prévio cozimento, ou de alimentos contaminados por seu muco, como hortaliças e verduras. Assim, é importante o uso de luvas ou sacolas de plástico ao manipular os caramujos, cozer antes se comer a sua carne, e desinfeccionar itens alimentares, lavando-os e deixando-os de molho de quinze minutos a meia hora, em aproximadamente uma colher de água sanitária para um litro de água.

Quanto ao controle desse molusco, indica-se a catação manual dos indivíduos e de seus ovos, colocando-os em dois sacos plásticos, com a posterior quebra de suas conchas antes de eliminá-los. Isso porque tais estruturas podem acumular água, sendo um criadouro em potencial para os ovos do Aedes aegypti. Depois, recomenda-se a aplicação de cal virgem sobre os caramujos quebrados, e o posterior enterramento, em local longe de lençóis freáticos, cisternas ou poços artesianos.